Siamesas, Conheça a história de Larissa e Lorrayne

As Gêmeas siamesas de Goiânia

Siamesas, Conheça a história de Larissa e Lorrayne

Larissa e Lorrayne nasceram unidas pelo abdomen e pela pelve e passaram por cirurgia num hospital público de Goiânia, sendo esta, a terceira cirurgia deste tipo a ser realizada no País.

Fonte: Youtube, Zacharias Calil Hamu

Siamesas Larissa e Lorrayne (Fotos Youtube)
Siamesas Larissa e Lorrayne
O caso virou notícia no dia 16/11/1999, quando os bebês estavam com um pouco mais de 2 meses de vida.

Quando nasceram, as Siamesas Larissa e Lorrayne passaram 16 dias na UTI e então foi confirmado um caso raro na medicina: Elas têm três pernas, um estômago, apenas um ânus e somente uma vagina.

As Siamesas Larissa e Lorrayne foram rejeitadas pela Mãe e passaram a ser cuidadas pelos tios (Sival e Luciana). Foram eles então, que recorreram ao Jornal do Meio Dia (Programa de TV), para fazer um apelo: As meninas precisavam de leite de soja, fraldas e sobre-tudo, ajuda médica!

O apelo foi atendido pelos telespectadores do Jornal do Meio Dia; As gêmeas receberam alimentos e também assistência médica.

Uma equipe do Hospital Materno Infantil, chefiada pelo médico cirurgião pediatra Dr. Zacharias Calil, fez uma avaliação minuciosa nas crianças e concluiu que elas tinham apenas uma bexiga e que só poderiam passar por cirurgia, a partir de 1 ano de idade.

Poucos dias depois, as duas passaram por uma bateria de exames; Os médicos queriam saber, se elas tinham todos os órgãos e então descobriram que uma delas tem o coração do lado direito do corpo. Os exames mostraram também, que Larissa e Lorrayne estavam bem de saúde.

Os primeiros resultados saíram, quando os bebês tinham 3 meses de vida. Na época, os tios das meninas receberam uma boa notícia: O Governo Estadual resolveu assumir o custo dos exames, dos remédios e da cirurgia das gêmeas!

As meninas passaram por um ressonância magnética e ficou confirmado que uma das gêmeas (Lorrayne) tem paralisia cerebral irreversível.

As crianças sofrem uma cirurgia para retirada de uma hérnia e continuam bem de saúde!

Com 6 meses de idade, Larissa e Lorrayne foram avaliadas por um ortopedista que se comprometeu a participar da cirurgia de separação das duas.

O médico Zacharias Calil, manteve contato com especialistas do mundo inteiro, para obter informações sobre os procedimentos de separação das gêmeas.

A preparação para a Cirurgia

A equipe médica colocou expansores para acelerar o crescimento da pele, que deverá ser usada para cobrir partes dos corpos das crianças, que ficarão expostos depois da cirurgia.

Foram colocados expansores no abdomen e nas costas delas, injetados com silicone. A cirurgia durou 4 horas.

24 horas depois da colocação dos expansores, as meninas foram levadas da UTI para a enfermaria. As duas aparentavam tranquilidade, elas reagiram bem, apesar de uma delas ter tido febre.

Uma semana depois da colocação dos expansores, as gêmeas ganharam um quarto totalmente enfeitado.

O médico anunciou então a antecipação da data da cirurgia de separação em três semanas! as menias já com 10 meses de vida, estavam em condições de realizar a cirurgia.

Um Mês depois da colocação dos expansores, as gêmeas Larissa e Lorrayne foram preparadas durante três dias, para a realização da cirurgia.

A angústia e o medo de que uma das meninas fossem sacrificadas

Neste vídeo, o Dr. Zacharias Kalil expressa toda a sua fé e certeza de que a cirurgia é para a sobrevida das duas meninas, sem nenhuma hipótese de sacrifício de uma das crianças. Os preparativos e o acompanhamento profissional recebido pelos familiares e pelas bebês eram o sinal de que aquela equipe não cogitava a perda uma das vidas.

Assista:



A Cirurgia de Separação

O sinal de positivo do médico Zacharias Kalil, era o aviso de que tudo daria certo. E deu mesmo!

Foram mais de 11 horas de trabalho, onde a maior surpresa foi a antecipação em 3 horas do encerramento da cirurgia. Ou seja, a cirurgia terminou três horas antes do planejado.

Antes de levar Larissa e Lorrayne para a sala de cirurgia o Dr. Zacharias Kalil pesquisou durante cinco meses, casos semelhantes no Brasil e no mundo. Mesmo assim, nenhum dos mais de 50 integrantes da equipe haviam participado antes de um cirurgia de separação de gêmeas isquiópagas, muito menos de um procedimento tão longo e com tanta gente envolvida.

Desde o início, os passos mais difíceis foram sendo superados sem problemas.

A anestesia que sempre foi uma parte complicada, aconteceu tranquilamente, depois a parte cardiovascular e a separação dos órgãos internos, aconteceram também sem surpresas. A novidade é que, as gêmeas têm dois ovários e quatro ovários (coisas que não foram detectadas nos exames).

A parte mais esperada e mais emocionante foi o momento da separação das duas, que só aconteceu depois de 8 horas de cirurgia! Larissa e Lorrayne que nasceram unidas pela bacia, e viveram assim durante 10 meses, passarão agora a ter vida própria...

- Estou muito contente! porque ocorreu tudo bem, graças a Deus... Disse a Mãe das Siamesas.
Mãe das Siamesas

E a partir de agora (Perguntou o repórter)?

- Elas continuarão com a Tia! Sim, porque depois de tudo isso que aconteceu, seria uma covardia da minha parte querê-las de volta. Mas eu estarei sempre por perto, não deixarei de estar sempre por perto e de dar meu amor a elas não. - Disse a mãe das Siamesas.

Larissa ficou com uma perna, ânus, bexiga, vagina e intestino. Já Lorrayne, também ficou com uma perna, mas sofreu adaptações porque não tinha ânus, nem vagina e nem bexiga; Foi uma espécie de reconstrução de órgãos que os médicos tiveram que fazer.

O Governador do Estado (Marconi Perillo) esteve pessoalmente no hospital, para parabenizar a equipe:

- O mais importante de tudo isso, é que nós estamos aqui num hospital público! dando uma demonstração de que é possível ter serviços de altíssima qualidade na área pública. - Disse o Governador de Goiás Marconi Perillo.

Uma vitória da equipe chefiada por Zacharias Calill. Eles fizeram uma cirurgia que só aconteceu 5 vezes no País inteiro! e nenhuma no Centro-Oeste.

É mais que um procedimento médico! É uma fonte de pesquisa, de grande interesse científico.

Alguns dos 50 médicos que participaram da cirurgia de separação das Siamesas Larissa e Lorrayne

Assista o vídeo:



A morte de Lorrayne

Lorrayne - Siamesa morreu aos 7 anos
Lorrayne que teve maiores sequelas, principalmente por causa da paralisia cerebral, que fez com ela não falasse nem andasse (mesmo tendo uma das pernas); Ela ingeria apenas alimentos triturados e usava uma bolsa de colostomia.

Aos sete anos, a menina Lorrayne Canindé faleceu na casa em que morava, em Santo Antônio de Goiás, na Região Metropolitana de Goiânia. Ela se engasgou com leite e teve embolia pulmonar.

Seu corpo foi sepultado no dia 25/05/2007 (Domingo) em Nova Veneza (Goiás). A história dela e da irmã, Larissa, comoveu o País.

Um encontro emocionante.

Larissa visita Siamesas no hospital
2010 - Dez anos depois! Larissa a primeira Siamesa que passou por uma cirurgia de separação em Goias, visitou a pequena Luana (outra Siamesa operada mês passado) no Hospital materno infantil de Goiânia.

Larissa foi recebida com alegria pelos funcionários do Hospital Materno Infantil!

- Para nós é uma alegria receber essa menina maravilhosa! especialmente por ser um caso tão especial. Disse Iolanda da Silva (funcionária do Hospital).

Por onde passava, Larissa chamava a atenção das enfermeiras. A menina foi a primeira Siamesa a ser operada naquele hospital!

Larissa e Lorrayne nasceram unidas pelo abdomen e pela pelve e a cirurgia de separação foi a terceira realizada no Brasil.

Larissa, apesar de ter ficado com apenas uma perna após a cirurgia, tem agora uma vida praticamente normal.

Foi aqui neste mesmo quarto que Larissa ficou internada nos primeiros dias de vida e hoje, ele serve de cenário depois de 10 anos, para o encontro de Larissa e Luana. A menina que veio do recife, nasceu também unida pelo abdomen e pela pelve com a irmã Luiza, que não resistiu e morreu uma semana depois da cirurgia de separação.

Luana ainda está em fase de recuperação; Em pequenos toques e brincadeiras, é possível perceber o carinho entre as duas. Para Luciana (mãe de Lorrayne), ver a mãe de Luana e como voltar no tempo.

- Me lembrei das minhas tão pequeninas aqui... voltei ao meu passado ao vê-la aqui. - Disse a mãe de Lorrayne.

O encontro serviu de apoio para a Mãe de Luana.

- Um estímulo! Foi muito bom elas terem vindo porque isso me deu uma injeção de ânimo. - Disse a mãe de Luana.

Dr. Zacharias Calil
Além do mesmo hospital, a história das duas tem em comum, o mesmo cirurgião

- Que realmente sirva de exemplo para muitas pessoas que as vezes reclamam da vida, sem levar em consideração o sofrimento de pessoas como estas.




Assista o Vídeo:



Para Larissa: Estar viva é um milagre!

Larissa (2014), Siamesa sobrevivente.
2014 - Larissa está com 15 anos e cursa o 1º ano do Ensino Médio. Sete anos depois da morte da irmã, ela afirma que ainda sente muito a falta de Lorrayne. “Apesar de ela não poder falar, a gente era muito unida, ela entendia tudo, a gente conversava pelo olhar. Tudo lembra ela”, conta.

Para Larissa, estar viva é “um milagre”. Inspirada na própria história, ela sonha em ser médica e poder salvar vidas. “O doutor Zacharias salvou a minha vida e a da minha irmã. Ele me incentivou a querer fazer faculdade de medicina”, afirma.

Para a mãe da garota, cada dia de vida da filha é “uma vitória”. “É uma história incrível, se fosse preciso fazer tudo de novo eu faria, compensou cada noite mal dormida, chegava a desmaiar de cansaço. Eu fico emocionada de ver a Larissa bem depois de tudo o que elas passaram e sei que ela ainda vai passar por muitas coisas”, concluiu Luciana.

70 ANOS DE RECORD TV: PRIMEIRA SEPARAÇÃO DE SIAMESAS FOI NOTÍCIA AQUI

**Matéria exibida no dia 27/02/2023**
Em comemoração aos 70 anos da RecordTV, trazemos histórias especiais a cada dia 27 do mês. Hoje, relembramos a primeira cirurgia de separação de gêmeas siamesas do Centro-Oeste, ocorrida há 23 anos, com as emocionantes trajetórias de Larissa e Lorraine. Após sete anos da cirurgia, Lorraine, que tinha paralisia cerebral, nos deixou. Agora, você acompanha o reencontro de Larissa com o médico Zacharias Calil, que não apenas transformou a vida da família, mas também se tornou uma referência nacional e internacional nesse tipo de cirurgia pediátrica. 📺👶🏥


Fonte: Youtube.

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