Novo estudo revela segredos sobre absorventes menstruais!

Novo estudo revela segredos sobre absorventes menstruais!

 🩸🔬 Novo estudo revela segredos sobre absorventes menstruais! 🔍

Fonte: https://g1.globo.com/

Você já se perguntou por que as propagandas de absorventes usam líquido azul em vez de sangue? Bem, a verdade é que a maioria dos absorventes não são testados com sangue de verdade. No entanto, um estudo publicado na BMJ Sexual & Reproductive Health em agosto quebrou esse paradigma! 🚺🔵

Pela primeira vez, absorventes foram testados com sangue real, e os resultados foram surpreendentes. Descobriu-se que esses produtos têm uma capacidade de absorção menor do que a anunciada nos Estados Unidos. Algumas das marcas também são vendidas no Brasil, onde não há essa exigência nas embalagens. Tanto lá quanto aqui, os testes normalmente usam água ou solução salina. 🩸💧

Essa pesquisa é importante por várias razões:

1️⃣ - É uma questão de direito do consumidor saber a capacidade real de absorção de um produto, pois o sangue é mais denso que a água e não é absorvido da mesma forma. Além disso, o endométrio, que é mais espesso, também é liberado durante a menstruação, tornando a situação ainda mais complicada.

2️⃣ - Sangramento excessivo leva muitas pessoas ao ginecologista, e a quantidade de absorvente usado costumava ser um critério. Isso levou a tratamentos desnecessários.

3️⃣ - A falta de um padrão para indicar o volume absorvido pelos diferentes tipos de absorventes deixa os consumidores vulneráveis a vazamentos, um dos maiores temores durante a menstruação.

4️⃣ - A pesquisa destaca que, mesmo em 2023, a saúde da mulher ainda não recebe a atenção que merece. A investigação sobre a menstruação e a saúde das mulheres é subfinanciada e subpriorizada.

Esta pesquisa usou sangue de bolsas descartadas, mais próximo da menstruação do que água ou solução salina. Vale ressaltar que os absorventes não são testados com sangue devido à falta de regulamentação nos Estados Unidos e no Brasil.

Esta descoberta levanta questões importantes sobre a transparência na indústria de produtos menstruais e a importância de melhorar os padrões de teste e regulamentações. 🩸💡

🔬 Seria possível testar com sangue?

Sim. Pesquisas com material humano, como sangue ou sangue menstrual, são permitidas no Brasil. Portanto, os fabricantes poderiam usá-lo em testes sem problema algum.

A coordenadora do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Paula Midori Castelo, explica que as empresas poderiam selecionar voluntárias para testar os produtos com sangue menstrual, mas pondera que isso traria custos por ser um modelo de pesquisa mais caro que o experimento feito hoje em laboratório.

A empresa poderia fazer um teste com voluntárias que usariam o absorvente para analisar a eficácia com sangue menstrual. Poderia também usar sangue doado como na pesquisa. Esse processo exige análise de um comitê de ética, que tem processos rigorosos. O que ocorre é que a indústria cumpre a exigência básica e, se isso não é exigido, não é feito.

— Paula Midori Castelo, coordenadora do Comitê de Ética em Pesquisa da Unifesp

👩‍⚕️ Impacto na saúde

A falta de transparência nos testes de absorventes traz impactos importantes na saúde, segundo a ginecologista Andreia Nacul, membro da Comissão de Ginecologia Endocrinológica da Febrasgo.

Fiquei impressionada com o que a pesquisa mostrou. Não saber como são testados e a capacidade de absorver coloca a saúde da mulher em risco, porque a umidade na região íntima pode causar uma candidíase, por exemplo. E também não permite que possam fazer escolhas melhores conforme a intensidade do fluxo para se protegerem de vazamentos.

— Andreia Nacul, médica ginecologista

Considerada ainda um tabu social, a menstruação (e os potenciais reflexos na saúde) é encarada como algo menos importante até mesmo por parte dos médicos.

Durante a produção desta reportagem, por exemplo, um dos entrevistados, que é diretor de uma instituição ligada à saúde da mulher, disse que havia discussões mais relevantes do que debater a capacidade de absorção de absorventes.

"Saber se um absorvente absorve uma [certa] quantidade não é importante. Se uma mulher usa um absorvente e ele vaza, ela compra de outro tipo ou marca no outro mês. Isso não precisa ser discutido", afirmou.

💸 Pobreza menstrual

No entanto, não ter a garantia de qualidade do produto faz com que seja necessário trocar o absorvente mais vezes, o que não é algo acessível para todos.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), um entre quatro adolescentes já deixou de ir à escola por estar no período menstrual e não dispor de absorventes no Brasil. A estimativa é que a falta de acesso ao item de higiene atinja 4 milhões de jovens.

O preço médio de um pacote de absorvente com oito unidades é de R$ 16. A recomendação é que o absorvente seja trocado a cada quatro horas. Com isso, uma pessoa com um ciclo de cinco dias pode ter de usar até 30 absorventes, o que equivale a um gasto mensal de R$ 64. Só neste ano, o governo federal passou a incluir a distribuição de absorventes no Sistema Único de Saúde (SUS).

🎯 Diagnóstico

Até 2018, um dos parâmetros clínicos para saber se uma pessoa tinha ou não um fluxo considerado hemorrágico e necessitava de tratamento era o teste pictorial - que usava o absorvente como parâmetro.

🩸 Como era o teste: uma tabela com diferentes manchas de sangue no absorvente era apresentada ao paciente para indicar quantas vezes trocava o absorvente e como era a mancha de sangue.

O volume de trocas e a quantidade de sangue aparente ajudava no diagnóstico. Com isso, havia o risco de que a pessoa se classificasse como fluxo intenso, sem que, de fato, fosse.

No teste pictorial, o que se observava era o número de absorventes que a mulher trocava e o quanto ele saía sujo. Isso atestava uma queixa da mulher de sangramento intenso, entre outras análises clínicas. Com certeza, com absorventes testados com água, pacientes poderiam superestimar o sangramento anormal.

— Andreia Nacul, membro da Comissão de Ginecologia Endocrinológica da Febrasgo

Apesar disso, a médica diz não acreditar que a questão dos absorventes possa ter criado uma super notificação de casos porque outros aspectos também eram levados em conta, como o quanto a menstruação impacta a rotina ou incapacita o paciente. Atualmente, o teste já não é mais usado.

📝 O que dizem as empresas?

O g1 procurou as maiores empresas fabricantes de absorventes que atuam no Brasil para saber se fazem testes com sangue. Três delas responderam à reportagem, mas sem esclarecer esse ponto.

➡️ Em nota, a Kimberly-Clark afirmou que "toda a linha Intimus também passa por inúmeros testes com consumidores e acompanhamento médico especializado, além de atender a exigências de normas nacionais e internacionais, bem como as de órgãos regulatórios, como a Anvisa".

Disse ainda que todas as matérias-primas dos produtos da marca Intimus são desenvolvidas pelo seu time de Pesquisa & Desenvolvimento, asseguradas por fornecedores qualificados e auditados pelo time de qualidade da empresa.

E acrescentou que, "para a proteção dos nossos consumidores, todas as matérias-primas e produtos acabados seguem um rigoroso processo de avaliação de segurança por profissionais treinados e certificados".

➡️ A Inciclo, que produz coletores e discos menstruais, além de calcinhas absorventes, disse que os produtos absorventes reutilizáveis ainda não são regulamentados por órgãos governamentais sobre o quanto sangue que comportam.

A marca disse que faz os testes em laboratório, mas que também submeteu seus produtos a testes com mulheres no uso diário, mas não deu detalhes de como são feitos ou se são para medir a capacidade de absorção.

"A falta de estudos bem-feitos e regulamentação adequada colocam em risco a saúde das mulheres, já que não regulamentam adequadamente o material com que esses produtos são feitos, sua eficácia em termos de absorção e a orientação da forma adequada de uso", disse em nota.

➡️ A Korui, que produz calcinhas, absorventes reutilizáveis e coletores menstruais, disse que testa os absorventes com água e depois os submete a um teste de qualidade com mulheres no ciclo menstrual. No entanto, não explicou se esse teste é o decisivo para o controle de qualidade ou se faz parte das análises de experiência do cliente.

➡️ Também foram procuradas as empresas Johnson e Johnson (da marca Sempre Livre), Procter & Gamble Brasil (Always), Essity (Libresse) e Pantys (calcinhas absorventes), mas não deram retorno.

🩸🔬 Seria possível testar com sangue?

Sim, é possível! Pesquisas com material humano, como sangue ou sangue menstrual, são permitidas no Brasil. Portanto, os fabricantes poderiam usar sangue menstrual em seus testes sem problemas. No entanto, isso pode ser mais caro do que os testes convencionais com líquidos, como água ou solução salina. As empresas poderiam recrutar voluntárias para testar os produtos com sangue menstrual, mas isso exigiria aprovação de um comitê de ética.

A coordenadora do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Paula Midori Castelo, explicou que a indústria normalmente cumpre apenas as exigências básicas e, se não é exigido o teste com sangue, elas não o fazem.

👩‍⚕️ Impacto na saúde

A falta de transparência nos testes de absorventes tem impactos significativos na saúde das mulheres. A umidade na região íntima devido à capacidade de absorção inadequada pode causar problemas de saúde, como candidíase. Além disso, a falta de informações claras sobre a absorção dos absorventes deixa as mulheres vulneráveis a vazamentos, o que pode ser embaraçoso e desconfortável.

A menstruação e seus reflexos na saúde muitas vezes são negligenciados, mesmo por parte dos médicos. A pesquisa destaca a necessidade de dar mais atenção à saúde da mulher e à pesquisa nesse campo

💸 Pobreza menstrual

A falta de garantia de qualidade dos produtos menstruais obriga muitas pessoas a trocarem de absorvente com mais frequência, o que pode ser financeiramente difícil. Segundo a ONU, uma em cada quatro adolescentes já deixou de ir à escola no Brasil por falta de absorventes. Isso afeta milhões de jovens. O preço médio de um pacote de absorventes é de R$ 16, e a recomendação é trocá-lo a cada quatro horas. Isso pode representar um gasto mensal significativo.

🎯 Diagnóstico

Até 2018, o teste pictorial era usado para diagnosticar fluxo menstrual excessivo com base na quantidade de absorventes usados e na aparência do sangue no absorvente. Embora os absorventes testados com água possam ter levado algumas pessoas a superestimarem seu fluxo, outros critérios clínicos também eram levados em consideração.

📝 O que dizem as empresas?

Algumas das principais empresas fabricantes de absorventes no Brasil foram questionadas sobre seus testes, mas três delas responderam sem esclarecer se usam sangue em seus testes. A Kimberly-Clark afirmou que seus produtos atendem a normas nacionais e internacionais, mas não detalhou os testes. A Inciclo afirmou que seus produtos reutilizáveis não são regulamentados quanto à capacidade de absorção. A Korui explicou que faz testes com água e com mulheres em seus ciclos menstruais, mas não especificou como isso afeta a qualidade de seus produtos.

As demais empresas não responderam às perguntas sobre seus testes de absorventes.

GAMIVO
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